Quantas vezes você já deu uma oportunidade a alguém que não a valoriza? Seja seu filho, marido, mãe, pai, ou esposa? Eles ultrapassam os limites, você os perdoa e acaba cedendo e, novamente eles repetem o mesmo comportamento que te machuca!
Sabia que isso, além de não impor respeito, pode fazer muito mal a você?
Essas situações, especialmente as que envolvem pessoas com vício em alguma droga, são justamente onde o tough love na dependência química se mostra uma alternativa viável.
Essa abordagem permite dar aquele “chacoalhão” necessário e estabelecer limites, ajudando a pessoa a enfrentar o vício com mais responsabilidade e consciência.
Por isso, descubra o que é tough love, como ele funciona, como pode ser abordado é usado na vida e na dependência química, além de suas vantagens! Ao mesmo tempo, veja como pode evitar a dependência emocional
Boa leitura!🙂
O que é tough love?
Tough love é uma expressão em inglês que se traduz como “amor duro” ou “amor exigente”.
Refere-se a uma abordagem em que se trata alguém de maneira firme ou até severa, com o objetivo de ajudá-lo a melhorar seu comportamento ou superar problemas.
Essa prática é comum em contextos como educação, criação de filhos e reabilitação.
Como funciona o tough love?
Em uma postagem da Relationship Magazine, basicamente a essência do tough love está em estabelecer limites claros e aplicar consequências consistentes para comportamentos inadequados, sempre com a intenção de promover o crescimento e a responsabilidade pessoal, o que pode incluir:
- definição de limites: estabeleça regras claras sobre o que é aceitável e o que não é;
- aplicação de consequências: ao ultrapassar limites, aplique consequências naturais ou pré-definidas;
- encorajamento da independência: incentive a pessoa a se responsabilizar por suas próprias escolhas e ações;
- equilíbrio entre disciplina e apoio: combine firmeza e empatia, mostrando uma preocupação verdadeira com o bem-estar da pessoa;
Imagem CHAT GPT –
Tough love na dependência química: por que aplicar essa abordagem?
Agora que você sabe que amor também tem limites e que pode tornar uma relação desrespeitosa em saudável, porque você deve aplicar o ou tough love na dependência química e no relacionamento com pessoas adictas?
A dependência química é uma doença difícil de controlar e que envolve, além de questões físicas, peculiaridades comportamentais.
Sendo assim, quantos pais estão cansados de ver seus filhos repetirem os mesmos comportamentos para manter o vício e se sentem sem autoridade dentro do próprio lar?
É pedido uma, duas, três e infinitas vezes a mesma coisa, e o comportamento se repete.
Elevar o tom pode parecer uma forma de explicar ou até mesmo de tentar controlar a situação, mas isso não é tough love e nem vai salvar o relacionamento
Lee Carter, psicólogo forense, explica que o tough love pode ser empregado em qualquer relacionamento, não se restringindo apenas a pessoas difíceis de lidar.
Para que ele funcione você precisa:
- estabelecer limites rígidos para com os demais;
- não ceder à pressão ou a erros dos outros;
- manter suas emoções sob controle, sempre;
- e demonstrar que o que o outro fez, tem consequências.
Pode parecer muito simples, mas não é! Muitos pais tentam fazer isso com seus filhos usuários de drogas e acabam se tornando codependentes ou até mesmo cedendo às infinitas vezes que o filho ou filha comete o mesmo erro.
Leitura importante: Usar droga dá problema de cabeça?
Tough love envolve aceitar o direito de errar do outro
Aplicar o tough love diz muito mais sobre a postura de quem impõe os limites do que sobre a outra pessoa.
Por exemplo, se você é pai ou mãe de alguém que é dependente químico, por mais que ame seu filho, é necessário estabelecer fronteiras.
Se ele está fazendo escolhas que não condizem com seus valores ou não são atitudes aceitáveis, é ele quem precisa mudar, não você.
Você pode oferecer oportunidades de recuperação e incentivar cuidados terapêuticos, mas se mesmo assim ele não respeita essas chances, é preciso aceitar que ele não quer mudar.
Aceitar que o outro não deseja ser alguém melhor é doloroso. Isso envolve parar de ajudar e pedir que a pessoa se afaste.
Deixar que ela enfrente as consequências de suas próprias ações é difícil, mas pode ser essencial para que aprenda com os próprios erros.
Vantagens de aplicar o tough love
Aplicar o tough love pode trazer diversos benefícios nas relações interpessoais. Aqui estão algumas vantagens:
Promove a responsabilidade pessoal
Ao estabelecer limites claros, incentiva-se que a pessoa assuma as consequências de suas ações, desenvolvendo maior autonomia.
Fortalece o caráter
Enfrentar desafios impostos pelo tough love ajuda no desenvolvimento de resiliência e determinação.
Estimula o crescimento pessoal
Ao confrontar comportamentos inadequados, abre-se espaço para reflexões e melhorias individuais.
Constrói relacionamentos mais saudáveis
Estabelecer expectativas claras e consistentes pode aumentar a confiança e o respeito mútuo.
Ensina a lidar com frustrações
Aprender a enfrentar situações difíceis prepara a pessoa para desafios futuros, promovendo maturidade emocional.
Encaminha para decisões mais conscientes
Ao não facilitar comportamentos prejudiciais, incentiva-se a busca por escolhas mais saudáveis e responsáveis.
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Tough love não gera dependência emocional
Quando aplicado de forma equilibrada e respeitosa, o tough love não tende a gerar dependência emocional.
Pelo contrário, ao incentivar a autonomia e a autossuficiência, essa abordagem pode ajudar a prevenir a formação de vínculos de dependência emocional.
É fundamental que o tough love seja implementado com empatia e compreensão, evitando atitudes autoritárias ou punitivas que possam prejudicar a saúde emocional das pessoas envolvidas.
O filme Querido Menino, é um exemplo de filme a ser assistido, pois trata justamente da dependência emocional e tough love na dependência química.
David Sheff é um conceituado jornalista e escritor que vive com a segunda esposa e os filhos.
O mais velho deles, Nic Sheff, é viciado em metanfetamina e abala completamente a rotina da família e do lar.
David tenta entender o que acontece com Nic, que teve uma infância de carinho e suporte, ao mesmo tempo em que estuda a droga e sua dependência.
Nic, por sua vez, passa por diversos ciclos da vida de um dependente químico, lutando para se recuperar, mas volta e meia se entrega ao vício.