Quando pensamos em autismo, normalmente nos vem à mente uma pessoa que precisa de cuidados constantes, mas você sabia que há chances da pessoa autista usar drogas?
Felipe é um exemplo clássico que destaca essas questões. Com autismo de nível 1 de suporte, ele enfrenta grandes desafios em interações sociais e comunicação em público, apesar de suas habilidades acadêmicas em engenharia.
Além disso, ele encontrou na maconha uma forma de alívio para seu desconforto social, mas acabou desenvolvendo dependência, fumando excessivamente ao longo do dia.
Esse comportamento é prejudicial pois compromete não apenas sua saúde física e mental, mas também seu desempenho acadêmico e social.
Para ajudar Felipe, é crucial a intervenção de profissionais de saúde que possam oferecer alternativas de tratamento adequadas, como terapias comportamentais e suporte psicológico.
Além de envolver sua rede de apoio para garantir um ambiente mais compreensivo e adaptado às suas necessidades.
Se você quer entender melhor como o autismo pode aumentar as chances de dependencia, além de conhecer mais sobre os desafios associados aos diferentes níveis de suporte, continue conosco para explorar a relação entre autismo, interações sociais e dependência.
Descubra tudo sobre como o espectro autista influencia a vida diária e como oferecer suporte efetivo a quem precisa.
Boa leitura!
O que é autismo?
O autismo, ou transtorno do espectro autista (TEA), é uma condição neurológica e de desenvolvimento que afeta a maneira como uma pessoa percebe o mundo e interage com outros.
Caracteriza-se por desafios em comunicação social, comportamentos repetitivos e sensibilidade a estímulos sensoriais.
O autismo é chamado de “espectro” porque a gravidade e os tipos de sintomas variam de pessoa para pessoa.
Níveis de suporte de autismo
O nível de suporte autista refere-se à classificação usada para descrever a quantidade de assistência que uma pessoa com transtorno do espectro autista (TEA) necessita no seu dia a dia.
Esse sistema ajuda a identificar e organizar os recursos e estratégias de intervenção apropriados para apoiar cada indivíduo de acordo com suas necessidades específicas em comunicação social, comportamentos e habilidades de adaptação.
Nível 1: Suporte Requerido
Esse é o nível ou “grau” onde as pessoas precisam do mínimo de suporte, mas constante. Podendo ter dificuldades de ter interações sociais e, caso tenham, ter uma resposta limitada.
Apesar da pessoa poder se comunicar, ela pode ter uma dificuldade de se organizar e planejar, precisando de assistência para algumas tarefas.
Nível 2: Suporte Substancial
No nível dois de suporte, pessoas com essas características têm dificuldade de interação e comunicação social, exibindo comportamentos restritos e repetitivos.
Podem precisar também de intervenções para manejar a comunicação e flexibilidade comportamental, além de não serem muito abertos a mudanças e rotinas.
Nível 3: Suporte Muito Substancial
Esse é o nível que exige suporte mais intensivo. Pessoas com TEA nível 3 apresentam dificuldades severas e dificuldade de comunicação social verbal ou não verbal.
Estas pessoas muitas vezes precisam de ajuda constantes para completar as atividades diátias e podem requerer cuidados individuais constantes.
Quais as características de uma pessoa com nível de suporte 1
Segundo o DSM-5, pessoas com nível de suporte nível 1 precisam de pouco suporte, assim essas pessoas são aparentemente normais, tendo um nível de intelecto médio a alto.
Contudo, não interpretam pistas sociais e tem dificuldades de manter interações sociais, por exemplo: não entendem sarcasmo e tem baixa interpretação da linguagem corporal e emocional dos outros.
Gostam de rotinas bem específicas, podem estereotipar (mãos e balançar do corpo) e interesse específico por um assunto chave.
Porém, diferente das pessoas comuns, indivíduos autistas experienciam muita ansiedade especialmente quando realizam interações sociais.
Além disso, pesquisas indicam que pessoas com transtorno do espectro autista têm maiores chances de desenvolver dependência química devido a uma variedade de fatores, principalmente para lidar com o estresse social e ansiedade.
Autista usa drogas? Há a probabilidade de comportamentos adictivos?
Autista usa drogas sim! E pior, os que experimentam tendem a ter maiores chances de dependência!
Em um post da Dra Raquel del Monde, pessoas com TEA tem muito mais chances de usar substâncias de modo compulsivo e suas motivações mais comuns são:
- lidar com questões comportamentais;
- lidar com questões sociais;
- lidar com questões de saúde mental;
Além disso, pessoas autistas têm uma grande tendência à automedicação, justamente por conta da sobrecarga sensorial, dor crônica, sono e pesadelos.
Álcool
Segundo a Recovery Village, pessoas com autismo, especialmente aquelas com menos traços autísticos (anteriormente conhecidas como tendo Síndrome de Asperger), podem enfrentar riscos variados de abuso de álcool.
Indivíduos com mais traços autísticos geralmente são avessos a riscos e tendem a socializar e beber menos.
No entanto, aqueles com menos traços podem ter uma maior probabilidade de abuso de álcool devido a desafios sociais associados.
O uso de álcool pode ser motivado por uma tentativa de lidar com situações sociais desafiadoras ou como uma forma de automedicação
Cigarro
O uso de cigarros entre indivíduos com autismo é geralmente menos comum do que na população em geral, principalmente devido às tendências de evitação social.
No entanto, os que começam a fumar podem enfrentar desafios adicionais devido a problemas de gerenciamento do estresse e ansiedade, o que pode aumentar a dependência do tabaco como forma de alívio.
A exposição ao tabagismo pode ocorrer em contextos sociais limitados ou como parte de um padrão de comportamento repetitivo ou ritualístico
Maconha
A maconha é usada por algumas pessoas com autismo como uma forma de aliviar sintomas específicos, como ansiedade, sobrecarga sensorial ou dificuldades para dormir.
Estudos recentes têm explorado o potencial terapêutico do CBD, um composto da cannabis, para aliviar certos sintomas do autismo.
No entanto, o uso de maconha ainda carrega riscos de dependência, especialmente se usada frequentemente ou em grandes quantidades como forma de automedicação
Cocaína
O uso de cocaína é menos comum entre pessoas com autismo, mas aqueles que a utilizam podem estar tentando gerenciar sintomas graves de maneira inadequada.
A cocaína pode ser usada para aumentar a energia, melhorar o foco ou aliviar a depressão.
No entanto, devido aos significativos riscos à saúde associados à cocaína e ao potencial de dependência rápida, seu uso é altamente preocupante e requer intervenção imediata
CT Rezende e leituras importantes: